quinta-feira, 19 de maio de 2011

O comércio no Juazeiro de ontem

O comércio de Juazeiro nos anos 20 - Por Senhorzinho Ribeiro

Na década de 20 e durante muitos anos o comércio de Juazeiro se localizava em torno da atual Praça Padre Cícero e se mantinha graças a uma feira que ocorria aos sábados, quando se aglomeravam boa parte da população das zonas urbana e rural.
Na feira, formada por comerciantes não estabelecidos da cidade e de outros municípios vizinhos, de tudo se vendia, desde comidas típicas, calçados, roupas, chapéus e principalmente cereais. As lojas de tecidos pertenciam aos comerciantes estabelecidos e se iniciava na esquina da Rua São Francisco onde hoje reside a Sra. Nazinha Viana.
Os prédios localizados na Rua São Pedro não tinham valor e naquela localidade, o comércio praticamente não existia. Os comerciantes de destaque naquela época foram José Vicente, Joaquim Paulo da Silva, Astoufo de Mendonça, José Augusto Lima, Dorgival Pires, Odílio Figueiredo, João Vitorino, Firmino Teixeira, José Couto, José Ferreira (Beato), Manoel Vitorino, Francisco de Andrade, Arlindo Vieira, Doroteu Sobreira, João Saad, José Francisco das Graças, José Pereira da Silva, Damião Pereira, José de Sá, Antônio Pita e J. Ribeiro.
Duas lojas se destacavam das demais, pelo porte e variedade de mercadorias que vendiam: Casa Abraão e as Pernambucanas. Todos esses comerciantes faziam grandes negócios, e alguns chegaram a ficar ricos.
A principal rotatividade do comércio dependia das safras agrícolas principalmente do algodão, quando o dinheiro corria fácil e gasto com certa facilidade.
Em 1922 houve uma grande produção de algodão, e tanto o agricultor, como o comerciante ganharam muito dinheiro. Aqueles que souberam administrar o capital fizeram fortunas. Outros permaneceram estáveis e alguns foram à falência. É que o comércio sempre foi um jogo, onde o principal segredo é a administração. Aqueles que não souberam administrar seus negócios não conseguiram sobreviver.
Todos esses pioneiros no comércio de Juazeiro pertenciam à classe média e eram considerados comerciantes de médio porte. Os fortes pertenciam ao comércio, indústria e agricultura. Dentre eles se sobressaíram José Pedro da Silva, comerciante e industrial, José Pereira da Silva, atacadista, José Bezerra de Melo, agricultor, José Bezerra de Menezes, pecuarista e Dirceu Inácio de Figueiredo, comerciante.
Assim, graças à força de trabalho destes pioneiros, a cidade se desenvolveu, sendo hoje considerada um dos maiores centros comerciais do interior do Nordeste. (Extraído do seu livro Juazeiro no túnel do tempo)

 O comércio de Juazeiro nos anos 60 - Por Jussier Matos
O SACI anunciava uma grande promoção na sapataria CHIC, com toda linha de Luís XV e Anabela, com descontos especiais e tudo em até três pagamentos, e a partir daí todos os lojistas dos quarteirões sucesso e progresso da nossa cidade aderiram a esse esquema de vendas, começando pela A SIMPATIA, que colocou as calças Faroeste e camisas Clipper nas mesmas condições, fato imitado pelo ARMAZÉM FEIJÓ e CASA BRANCA, que eram vizinhos, só que o diretor do DEPÓSITO   ABC, comentava na lanchonete A BEIRA FRESCA, com Pedro da  GLOBO CONFECÇÕES, que esse tipo de promoção não era muito bom, pois já tinha vendido pelo preço normal e de repente estavam baixando os mesmos, ao que Pedro contra-argumenta  que a SAPATARIA CARIOCA, já fazia isso há muito tempo e nunca tivera problemas, somente a revenda WILLYS, é que dera um desconto a mais e um cliente que havia comprado um jeep e outro soube do fato e  não gostou, fato contornado com um jogo de calotas para o seu possante. No BAR ALVORADA, um diretor da CIROL comentava  com os presentes, que Feitosa acabara de carregar o seu Mercedes 1111, com destino a ANDERSON CLAYTON, e em seguida iria ao Recife, buscar pneus e lubrificantes para A CHEVROLET,  e de passagem por Caruaru, compraria sacos de estopa para a ICASA enfardar plumas de algodão. Nesse momento chega Audísio pdv, com uma rural nova para A CRAJUBAR, e como ajuda na gasolina trouxera alguns relógios para a joalharia A PÉROLA.
E as promoções continuaram. A VENCEDORA colocou um cartaz em sua porta dizendo que, se A PERNAMBUCANA aderisse, eles fariam o mesmo inclusive iria convidar o ARMAZÉM SÃO PEDRO e SUPERMERCADO PUMA, para entrarem no esquema, alegando que até a COTEJUNO estava dando descontos nas ligações intermunicipais, conforme reclames da RÁDIO IRACEMA.
Fizeram parte também das promoções as seguintes lojas: MÁRIO MODAS, LOJAS MASA, DISTRIBUIDORA PAULISTA, GILSON´S MAGAZINE, XAVIER CONFECÇÕES, MERCANTIL FORTALEZA, CASA AMAZONAS, CENTRO ELÉTRICO, NINO, DEPÓSITO SÃO PAULO, CASAS DAHER, CASA ALENCAR, ELETRO GONDIM,  entre outras.
Pois é, todas essas empresas fizeram parte do comércio de Juazeiro, e hoje não existem mais, ou os seus proprietários mudaram de segmento ou simplesmente não fizeram SUCESSORES.
É uma pena...

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